O mundo dos negócios vive em ondas. A todo o momento somos bombardeados por notícias em revistas especializadas ou livros de gurus da moda. Era industrial, era da informação, nova cadeia colaborativa, nova era dos suprimentos, modernas técnicas de qualidade e processos inovativos na produção. Na cadeia da logística de entregas, ou Supply Chain, não é diferente, a toda hora tenta-se antecipar as tendências do que vem por aí.
Sem a mínima pretensão de concorrer com os gurus desta matéria, exploremos nossa visão das tendências de uma parte dessa cadeia: a logística de entregas.
A logística de entregas é apenas a ponta final dessa cadeia. Porém, sob a ótica do cliente final é o que é percebido. Afinal, é a etapa mais próxima de quem comprou um produto. Como a qualidade de qualquer produto ou serviço é a qualidade percebida pelo nosso cliente, toda logística de uma empresa poderá ser percebida pelos nossos clientes pela forma como os produtos são entregues.
Os clientes, hoje em dia, infelizmente na grande maioria dos casos, salvos raras exceções, não estão satisfeitos com as entregas.
Diante dos gigantescos desafios da complexidade logística encontrados num país como o nosso, o nível de serviços prestados nas entregas ainda apresenta vários problemas. E a tendência é piorar!
Primeiro, a indústria implantou o consagrado just-in-time da Toyota que, também no varejo, levou à redução dos níveis de estoques, e que cria a necessidade de realizar a reposição em ciclos mais curtos. E isso exige maior pontualidade nas entregas. Atrasos nessas entregas podem trazer consequências graves, como parada de uma linha de produção por falta de matéria-prima ou perda de vendas por falta de produto.
Segundo, mais e mais produtos são lançados a cada mês para atingir novos mercados, e mais marcas e modelos de um mesmo produto para alcançar nichos cada vez mais diversificados. Portanto, com essa agressividade de marketing, o mix de produtos só cresce. Por fim, causado pelos dois primeiros fatores, os lotes de produção e, com isso, também os volumes que compõem cada pedido de compras estão menores.
Os 3 fatores são tendências irreversíveis com impacto na logística de entregas. Just-in-time, maior mix de produtos e pequenos lotes de produção implicam em mais pedidos com menores volumes em cada um deles. Ou seja, ao invés de ter um único pedido de compra no mês com uma grande quantidade, têm-se vários pedidos de compra com quantidades menores em cada, no mesmo período. Portanto, teremos entregas cada vez mais fracionadas, que, por sua vez, significam uma logística cada vez mais complexa.
Esse cenário é uma grande oportunidade para aqueles que souberem se transformar para evoluir sua logística de entregas. Complexidade maior incorre em dificuldades maiores, porém, é quando os mais competentes e bem sucedidos distanciam-se de seus concorrentes. As tendências são irreversíveis, cabe a você agir para evoluir e modernizar a gestão de sua logística de entregas.