A visibilidade do Supply Chain sempre foi uma alta demanda dos clientes de empresas de logística, como embarcadores e transportadoras. Os clientes querem e precisam ter informações sobre o status de entrega, fato que fez com que esse tipo de informação se tornasse uma commodity. Se você não oferecer isso como parte integrante da sua cadeia de logística, você está fora do jogo.
Essa visibilidade consiste em transmitir ao cliente tudo o que acontece desde a compra do produto. A maioria dos esforços realizados busca garantir uma visibilidade efetiva e em tempo real, possibilitando maior eficácia na tomada de decisões. Esses são os caminhos para se entrar no jogo, é dessa maneira que vejo.
Entretanto, algumas empresas estão redefinindo completamente esse jogo, usando tecnologias disruptivas, Big Data e mobilidade para oferecer uma visibilidade antecipada dos fatos que podem ocorrer. Alertas, modelagem e integração de dados são usados para alertar sobre potenciais, prováveis e atuais problemas de trânsito antes mesmo de eles acontecerem.
Atuo como conselheiro e já realizei investimentos em algumas dessas empresas, como a Riskpulse, que tem sede em Austin, no Texas, e fornece aos embarcadores alertas relacionados ao clima baseados em modelos matemáticos e previsão em tempo real. O embarcador sabe da probabilidade de ocorrer algum problema, como uma alteração no clima, que possa prejudicar a entrega, e pode realizar ajustes, ou seja, tomar decisões com maior segurança.
Os problemas não estão apenas relacionados a atrasos: Imagine um caminhão carregado com cerveja em uma tempestade de neve, a carga inteira estará perdida. Ferramentas de planejamento baseadas em dados históricos permitem que os embarcadores planejem a rota com maior probabilidade de chegarem no horário marcado e em segurança.
Outra empresa é a Comprovei, sediada no Brasil, que utiliza mobilidade e dados para oferecer um novo nível em entregas de mercadorias. O embarcador, a transportadora, o motorista do caminhão e o cliente estão conectados na rede, dessa forma, qualquer atualização feita pelo motorista permite uma nova roteirização de entregas e notificação ou re-agendamento do cliente, por exemplo. Nesse caso, o Big Data permite a elaboração de relatórios sobre a integridade da rota, zonas de roubo, performance do motorista e padrões de atraso do cliente. Tudo isso em tempo real.
Com sede também no Brasil, a CargoX é o Uber dos caminhões. Ela possibilita que os motoristas fiquem sabendo de novas oportunidades de cargas quando estão retornando de uma entrega. Isso permite que o embarcador visualize a sua capacidade e fornece ao operador logístico um melhor gerenciamento da sua rede de caminhões, a fim de otimizar seu uso e preço.
Essas informações são fundamentais na hora da tomada de decisões. A CargoX sabe onde o motorista está e apresenta rotas para que ele retorne ao ponto de partida. As informações a respeito dos padrões de agendamento e remessa dos embarcadores podem antecipar as demandas. Portanto, o Big Data permite que se projete a oferta e a demanda em benefício de todas as partes envolvidas.
A Openport, sediada em Hong Kong, utiliza Big Data na nuvem em um sistema TMS colaborativo que fornece ferramentas de gestão para os embarcadores economizarem espaço e encargos de armazenamento, além de otimizar a utilização dos motoristas dos caminhões. Os clientes podem verificar a disponibilidade dos caminhões e contratá-los pela rede.
Ter visibilidade é alcançar o inalcançável. Finalmente nós estamos redefinindo visibilidade não mais como uma commodity, mas como valor agregado para o Supply Chain. Graças ao Big Data, à rede na nuvem e à mobilidade está sendo possível mudar a realidade de informações incompletas para um cenário pró-ativo de planejamento, a fim de otimizar o trânsito, a utilização, a qualidade e a oferta e demanda do produto.
Este post é uma versão traduzida. O conteúdo original está disponível em: Finally – Supply Chain Visibility To Act On When It Matters