O roubo de cargas é um dos maiores problemas enfrentados pelo setor de transportes no Brasil, gerando grandes prejuízos para as empresas. Para se ter uma ideia, as ocorrências registradas apenas em 2021 geraram mais de um bilhão em prejuízo, de acordo com dados da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC & Logística).

Essa questão, além de perdas financeiras, causa medo nos motoristas. Muitos recusam fretes para regiões com maiores índices de roubo e com cargas visadas. Entre as mercadorias que são mais roubadas estão: combustíveis, autopeças, produtos farmacêuticos e químicos, eletrônicos, bebidas e até alimentos.

Um questionamento que muitos fazem é: essa realidade pode ser mudada? Quais seriam as soluções capazes de reduzir esse tipo de ocorrência? Continue a leitura para entender melhor o cenário e as possíveis saídas.

Cenário do roubo de cargas no Brasil

O Brasil é um país extenso, no entanto, a maior parte das ocorrências de roubo de cargas se concentra na região Sudeste, mais precisamente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Segundo um relatório feito pela NStech, ecossistema de tecnologia para logística, em parceria com a Buonny, especialista em gestão de riscos, oito a cada dez roubos de cargas no país em 2021 ocorreram no sudeste. Considerando os prejuízos gerados pelas ocorrências, a região concentra 80,58% dos valores perdidos.

Em relação aos números por estado, os três primeiros do ranking são:

• São Paulo, com 45,57% dos casos;
• Rio de Janeiro, com 19,43%;
• Minas Gerais, com 13,59%.

Os dados apresentados no relatório levam a algumas conclusões. Primeiramente, que a maior parte dos roubos ocorreram em áreas urbanas. Em relação às mercadorias mais visadas, os itens alimentícios se destacaram ao lado dos diversos, que reúnem uma grande variedade de produtos, geralmente vindos de e-commerces. Também houve mais casos às quintas e sextas-feiras.

Conhecer esses dados é muito importante para as empresas planejarem sua operação de modo estratégico. Isso nos leva para o próximo tópico da publicação: o papel da tecnologia como aliada para combater o roubo de cargas.

A tecnologia como aliada no combate ao roubo de cargas

A partir do momento em que as mercadorias saem do centro de distribuição em direção ao endereço dos clientes, estão susceptíveis a diversos riscos. De todos os perigos envolvidos, destacam-se os acidentes e os roubos de carga.

Como vimos até aqui, os números de roubos de cargas no Brasil são altos, assim como os prejuízos gerados por eles. Essa é uma questão que envolve ações do poder público que fogem do controle das empresas. No entanto, as companhias precisam agir para se proteger e é exatamente nesse ponto que entra a tecnologia.

Hoje, existem sistemas que possibilitam aos gestores logísticos acompanhar as rotas em tempo real. Os motoristas podem relatar ocorrências relacionadas às entregas e ao trajeto em si. São soluções voltadas para tornar a operação mais eficiente que contribuem para o aumento da segurança.

Há, também, rastreadores que são instalados nos veículos e enviam a localização para uma central. Assim, em caso de roubo, as autoridades podem ser avisadas e os assaltantes localizados rapidamente. Inclusive, esses dispositivos desencorajam esse tipo de ação.

São várias as possibilidades que a tecnologia oferece para as empresas se protegerem e minimizarem os riscos. Vale mencionar que, mesmo que os números recentes sejam altos, já foram ainda maiores.

Em 2017, o total de ocorrências de roubo de cargas no Brasil foi de 17,5 mil casos registrados. Em 2020 foi de 14.150, e em 2021 de 14.400. Embora tenha havido um aumento em 2021 em relação ao ano anterior, ainda assim é um número menor do que o de 2017.

Essa queda ao longo dos anos pode ter sido motivada, entre outros fatores, pelo maior investimento por parte das empresas em soluções para coibir os roubos.

5 Benefícios da tecnologia para mudar a realidade do roubo de cargas

Vamos entender melhor como a tecnologia pode ajudar a mudar a realidade do roubo de cargas? Veja os benefícios que os sistemas logísticos oferecem em relação à segurança.

1. Acesso à localização dos veículos

Um dos benefícios mais importantes que a tecnologia proporciona para prevenir os roubos de carga é o acesso à localização dos veículos. Saber onde os motoristas estão, além de maior controle sobre a equipe, proporciona mais segurança. Isso também contribui para aumentar a tranquilidade dos profissionais em campo.

2. Registro das paradas

As paradas feitas durante as rotas, dependendo do local e horário, podem ser muito perigosas. Com o auxílio de ferramentas tecnológicas dá para planejar melhor esses intervalos, evitando horários e regiões com maiores riscos de roubo.

3. Acompanhamento das ocorrências da rota

Não são apenas as ocorrências de roubos que podem ser registradas em um sistema. Em uma ferramenta para a gestão de entregas, por exemplo, os motoristas podem fazer diversos tipos de apontamentos.

Eles podem informar se foram até o endereço do cliente e não o encontraram, se o veículo apresentou algum problema, se um acidente está impedindo a passagem na via, entre outras situações. Essa troca de informações auxilia no gerenciamento da equipe e intensifica os cuidados com a segurança.

4. Roteirização para evitar trechos perigosos

O planejamento prévio das rotas é interessante porque possibilita tanto privilegiar caminhos mais curtos e, consequentemente, econômicos, quanto evitar trechos com alto índice de roubo de cargas. Dessa maneira, é possível aumentar a eficiência sem deixar de lado a segurança.

5. Análise de dados para um planejamento focado na segurança

Por fim, está o benefício que impacta todos os aspectos da operação: a análise de dados. As empresas que investem em tecnologia podem obter informações de grande valor para tomar decisões que privilegiem a segurança, a eficiência e a satisfação dos seus clientes.

O roubo de cargas é uma realidade que pode ser mudada e a tecnologia é uma grande aliada das empresas nessa missão.

Gostou deste conteúdo? Navegue pelo blog Comprovei e confira mais postagens sobre logística e tecnologia.