Outro dia, um de nossos clientes me perguntou: “Esse tal de Big Data vale para a logística de entregas? Ou é só mais um modismo?”. De pé, tomando um cafezinho, conversamos animadamente sobre esse assunto por mais de meia hora. Por isso, eu gostaria de relembrar alguns pontos dessa conversa que talvez sejam úteis para outros interessados nesse tema.
Então vamos lá! Antes de mais nada, todo mundo fala nisso, mas o que é mesmo Big Data?
Apesar do nome dar a entender, Big Data tem mais a ver com o uso das informações do que com os dados propriamente ditos. Ou seja, a importância dessa questão, mais do que pelos dados armazenados, é pela informação útil que se pode extrair para melhor gerenciar os negócios. Simplesmente guardar um monte de dados não é Big Data.
Então, é claro que se usarmos dados da logística de entregas tais como: pontos de entregas e coletas, tempos de viagens, tempos de espera, ocorrências e seus motivos, data, hora e local da comprovação de entrega, rotas planejadas, rotas realizadas, distâncias percorridas, motoristas, veículos, mercadorias e produtos, reentregas, devoluções, fretes pagos e fretes abonados, e muitos outros, poderemos transformá-los em informações operacionais e gerenciais muito relevantes.
O Big Data também é caracterizado pelos 3Vs: Volume, Velocidade e Variedade.
Ora, na logística de entregas esse contexto é bem atual, não? Em outro post, sobre as tendências irreversíveis comentei que a logística está cada vez mais complexa, exatamente porque o volume, um dos fatores, está aumentando. Cada vez mais produtos, marcas e modelos, através de pedidos cada vez mais fracionados, estão levando as entregas com distâncias e capilaridades cada vez maiores. E isso ocorre cada vez mais rápido na logística de entregas.
Por exemplo, graças a tecnologias como RFID e smart tags ou etiquetas inteligentes, espera-se rastrear (tracking) não somente os volumes de despachos (caixas, pallets e containters) mas também cada item (mercadoria ou componente), o que gera volumes de dados com uma velocidade impressionante. Outro exemplo é quanto à variedade de dados na logística. A clássica foto do canhoto assinado nada mais é do que o dado na sua forma de imagem, certo? A conferência dos volumes com código de barras no momento da entrega também é uma captura de dados em outro formato.
Ainda bem que atualmente já temos à disposição uma arquitetura viável de Big Data. Em um passado recente, 1 terabyte de dados custava alguns milhares de dólares. Hoje, armazenar os mesmos 1 terabyte custa apenas alguns centavos! Além disso, a inteligência de software, não somente de banco de dados para estruturar os 3Vs (volume, velocidade e variedade) do Big Data também está disponível.
A conversa com nosso cliente terminou ali, ainda de pé, com a nossa conclusão de que o Big Data não é modismo e se aplica totalmente à logística de entregas. Por outro lado, o que me deixou muito feliz é que esse papo me deu a certeza de que faz todo sentido buscar formas criativas para capturar os dados da logística de entregas e para apresentá-los aos nossos usuários.
Com isso cumprimos o propósito da Comprovei: