Talvez o tema vacina nunca tenha feito tanta parte da vida das pessoas como nos últimos tempos. Afinal, foi graças a várias delas que o vírus Covid-19 começou a ser controlado em todo o mundo. Além do desenvolvimento em tempo recorde, outra etapa foi essencial, a logística de vacinação.
Por se tratarem de itens que necessitam de refrigeração e precisam ser distribuídos para todos os quatro cantos do país, o transporte de vacinas tem algumas particularidades. São medidas essenciais para garantir que cheguem seguras aos seus destinos e proporcionem o efeito desejado.
Vamos conhecer a jornada das vacinas dos laboratórios até as clínicas e postos de saúde? Continue a leitura e saiba mais!
Embora o assunto tenha ganhado mais destaque recentemente, a vacinação é uma prática de saúde que faz parte da sociedade há muitos anos. Para se ter uma ideia, a primeira vacina foi criada em 1796 e de lá para cá tem feito parte das nossas vidas, nos protegendo de várias doenças.
Então, a logística de vacinação já existe há muito tempo, pois é através dela que os imunizantes são distribuídos. No entanto, a pandemia fez surgir a necessidade de distribuir o material em tempo recorde, um grande desafio se considerarmos que os laboratórios estavam localizados em diferentes países.
Uma questão que impactou muito a distribuição foi que os laboratórios não tinham dados consolidados sobre a estabilidade das vacinas, como ocorre com outros imunizantes. Então, as transportadoras precisaram adotar padrões extremamente rígidos para garantir que o material estaria seguro, o que significou manter temperaturas ultrabaixas.
Assim, uma sequência de fatores tornaram a operação extremamente delicada, como:
Vale mencionar que, além da logística das vacinas, ainda há os processos anteriores, dos materiais para produzi-las. A distribuição do IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo), insumo essencial para sua fabricação, também foi um tema bastante mencionado em telejornais.
Por mais que o tema vacina, hoje, seja rapidamente associado à pandemia, já existia um grande mercado de imunizantes. Afinal de contas, sempre precisamos delas, seja para imunizar bebês após o nascimento, crianças, adultos e até animais.
É fato que tudo o que o mundo viveu por conta do vírus já impactou e irá continuar impactando os mais diferentes processos, inclusive os logísticos. Assim como todo o setor de distribuição e transporte foi impactado pelo aumento repentino da demanda de produtos em geral.
Veja como é realizada a logística de vacinação de Covid e, em seguida, de imunizantes em geral.
De acordo com informações do Ministério da Saúde, a logística de vacinação de Covid-19 funciona da seguinte maneira:
Astrazeneca: produzida pela Fiocruz e enviada para o Rio de Janeiro, para o depósito do operador logístico do Ministério da Saúde.
Coronavac: produzida pelo Instituto Butantan e enviada diretamente para Guarulhos, no Centro de Distribuição, juntamente com as vacinas dos laboratórios internacionais.
As vacinas realizam toda a rota acompanhadas de dataloggers, dispositivos que medem e registram a temperatura. Assim, é possível verificar se as caixas sofreram alguma variação de temperatura durante o trajeto e se houve risco de perda da sua eficácia.
Essas informações são analisadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para a posterior liberação dos imunizantes. Se um dos dataloggers apresenta falha, o laboratório responsável fornece as informações através de outro sistema.
A liberação das vacinas acontece apenas após a análise dos dataloggers pela Anvisa, de toda a documentação pela Receita Federal e de uma verificação de amostras pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS).
Considerando todos esses processos, os imunizantes importados levam de 2 a 3 dias após a chegada ao Brasil até serem liberados para aplicação na população. Os fabricados no Brasil passam apenas pela verificação do INCQS, no Rio de Janeiro.
O passo seguinte é a distribuição da quantidade de doses definida proporcionalmente para cada estado. O envio é realizado por transporte aéreo ou terrestre, dependendo da localização, sempre com os mesmos cuidados em relação à temperatura.
Após a chegada, geralmente nas capitais, é responsabilidade dos estados seguir com a distribuição para os municípios. Assim, a operação é encerrada em até 48 horas.
Todas essas etapas são necessárias para garantir a segurança das vacinas. São medidas de segurança já existentes adaptadas de acordo com a urgência e as necessidades geradas pela pandemia.
Agora vamos conhecer detalhes da logística de vacinação geral. Afinal, por mais que também existam necessidades semelhantes aos imunizantes para Covid-19, as operações são realizadas em menor escala e sem a urgência gerada pela pandemia.
Responsável pelo transporte: pode ser o próprio fabricante ou uma transportadora apta a seguir as mesmas regras e práticas adotadas pelo produtor.
Responsável técnico: operadores logísticos que realizam o transporte de vacinas devem contar com um farmacêutico, além de uma equipe treinada para lidar com esse tipo de carga.
Temperatura: como a temperatura controlada é uma necessidade comum às vacinas, o transporte deve ser realizado em veículos refrigerados ou em caixas térmicas. Dataloggers e outros equipamentos são usados para monitorar a temperatura durante todo o transporte.
Recebimento das vacinas: o local que recebe as remessas também deve contar com um responsável técnico que fará a análise dos dados de temperatura coletados durante a rota.
Armazenamento: o armazenamento ao final do processo também precisa ser feito em um local adequado e com temperatura controlada.
A logística de vacinação é um tipo de operação que precisa ser realizada por empresas e profissionais capacitados para garantir que os imunizantes ofereçam o efeito esperado.
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