Conforme o tempo passa, novas estratégias vão sendo desenvolvidas no setor logístico, de forma a adequar os processos às necessidades que surgem. Existem casos em que as ações são “emprestadas” de outras áreas, como ocorre com o nearshore, termo bastante utilizado na tecnologia da informação.
Você sabe o que significa nearshore e como ocorre a sua aplicação na logística? Continue a leitura para entender esses pontos e também descobrir as diferenças entre o termo e outros semelhantes, como offshore e onshore. Vamos começar?
Nearshore é uma prática comumente realizada no setor da tecnologia. Traduzindo, o termo significa “perto da costa” em português, dando ideia de proximidade. Consiste em terceirizar serviços a divisões da empresa localizadas em outros países.
No entanto, não se trata de uma terceirização comum de serviços, porque existem alguns critérios para definir a localização desses empreendimentos. São considerados especialmente os seguintes pontos:
Atrelados ao termo nearshore, temos também offshore e onshore, que representam práticas distintas. Entenda as diferenças entre eles a seguir.
Enquanto no nearshore existe a preocupação de manter divisões da empresa em países mais próximos, no offshore ocorre o oposto. Inclusive, a tradução do termo para o português é: fora da costa, passando a ideia de distância.
A intenção é que o empreendimento fique localizado a uma distância suficiente do seu proprietário para operar em um ambiente econômico e fuso-horário completamente diferentes. Nesse tipo de relação, geralmente existem grandes diferenças culturais e de idioma, motivadas exatamente pela distância.
Por isso, a prática não é adequada para todos os tipos de negócio. Além disso, é fundamental ter atenção à legislação, pois existem regras para empresas offshore. Sua finalidade não pode estar relacionada a questões ilícitas, como a ocultação de bens no país de origem, por exemplo.
Por fim, temos o onshore, que significa “na costa”, ou seja, no próprio local. Trata-se de uma prática oposta ao offshore, pois os serviços são terceirizados a divisões da empresa no mesmo país em que reside o proprietário e onde está localizada a sua matriz.
Nesse sentido, todas as obrigações tributárias e outras regras definidas pela legislação são seguidas de acordo com o mesmo país. Basicamente, é o tipo mais comum de negócio, sem nenhum tipo de internacionalização.
Para ficar mais claro quais são as diferenças entre nearshore, offshore e onshore, observe os exemplos a seguir:
Até aqui falamos bastante a respeito do nearshore de modo mais geral. Mas como fica a sua aplicação ao setor logístico?
Com o aumento dos custos relacionados aos impostos em muitos países, algumas empresas estão adotando o nearshore como uma opção para reduzir as altas despesas logísticas. Assim, abrem centros de distribuição em países geograficamente próximos e com as demais características citadas anteriormente.
A principal motivação para uma companhia transferir parte da sua operação logística para outros países é a redução de custos. Por isso, são escolhidas empresas geograficamente próximas, mas com mão de obra e impostos mais baratos.
Essa proximidade permite menos diferenças de fuso horário, menos discrepâncias culturais e um maior nível de controle nos processos de tomada de decisão. Um bom exemplo de nearshore ocorre com empresas dos Estados Unidos que terceirizam parte da sua operação para o Canadá, México e outros países latino-americanos.
Além da redução de custos, outro fator que motivou o nearshore ao setor logístico foi a crise de desabastecimento gerada pela pandemia. Como muitos negócios dependiam de matérias-primas vindas da China, tiveram suas operações paradas, gerando grandes prejuízos.
Assim, contar com centros de distribuição em diferentes países seria uma forma de se proteger desse tipo de imprevisto. Então, unindo esse benefício aos custos reduzidos, a companhia pode se tornar mais competitiva no mercado.
Aplicar o conceito de nearshore ao setor logístico de uma empresa envolve um investimento significativo. Entretanto, muitas empresas estão fazendo essa escolha pelos benefícios oferecidos. Saiba mais sobre eles a seguir.
Considerando impostos, salários dos funcionários e outros custos, as diferenças de um país para outro podem ser significativas. Entretanto, isso não significa que o nearshore seja sempre a melhor opção, cada situação deve ser analisada individualmente.
Em uma offshore é mais difícil ter controle sobre a operação por conta da diferença de fuso-horário. Muitas vezes, enquanto o proprietário está trabalhando durante o dia, a empresa localizada em outro país está fechada porque já é noite.
No nearshore não há esse problema e a proximidade do fuso facilita a gestão.
Com o nearshore é mais simples construir um relacionamento positivo com a empresa estrangeira. Isso se deve à semelhança da cultura e também do idioma, que pode até ser o mesmo, facilitando a comunicação.
O fator humano tem grande importância para o sucesso de uma empresa. Com o nearshore a companhia amplia as possibilidades de atrair talentos para o seu time, agregando também em termos de diversidade.
Nos próximos anos, espera-se que a tendência de nearshore acelere em diferentes setores, além do logístico. No entanto, identificar a estratégia certa de terceirização para países próximos depende das metas e prioridades de cada organização.
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