Seguir corretamente as normas da ANVISA sobre transporte de medicamentos é essencial para uma operação segura. A agência, vinculada ao Ministério da Saúde, realiza o controle sanitário de diversas categorias de produtos e serviços.
O setor logístico, de maneira geral, lida com cada tipo de mercadoria de acordo com as suas características, a fim de garantir que cheguem ao destino em perfeito estado. Em se tratando de medicamentos, os cuidados precisam seguir um rigoroso controle para não haver alterações nas condições físico-químicas dos produtos.
Na publicação de hoje do blog da Comprovei iremos abordar os principais tópicos relacionados ao assunto. Siga a leitura e acompanhe!
A RDC Nº 430, Resolução de Diretoria Colegiada, é a norma da ANVISA que aborda as boas práticas a serem seguidas pelas empresas para o armazenamento, distribuição e transporte de medicamentos.
A seguir, você poderá conferir alguns dos tópicos mais relevantes com as recomendações da Agência.
A RDC 430 é destinada para empreendimentos que realizam a distribuição, o armazenamento e o transporte de medicamentos que já foram fabricados. Dessa forma, não se aplica a empresas que trabalham com as matérias-primas desses produtos.
A ANVISA emite um documento chamado CBPDA – Certificado de Boas Práticas de Distribuição e/ou Armazenagem que atesta que uma empresa segue a legislação sobre essas atividades.
A emissão do documento não é obrigatória, mas recomendada. Afinal, todos os empreendimentos do setor devem funcionar de acordo com as normas da agência e o documento serve para comprovar isso. Os princípios a serem seguidos são:
Cada um deles inclui ações voltadas para garantir a qualidade de medicamentos enquanto estiverem armazenados, forem distribuídos e transportados. Isso inclui o fornecimento das condições ideais para cada tipo de produto, como temperatura, umidade e iluminação, em cada etapa da operação.
Dentro desse quesito, também estão envolvidos cuidados para evitar problemas como: mercadorias importadas de forma ilegal, falsificadas, adulteradas, roubadas, reprovadas pelos órgãos competentes etc.
De acordo com a ANVISA, todas as empresas que realizam atividades que envolvem medicamentos são responsáveis pela qualidade e segurança dos produtos. Isso inclui fabricantes, distribuidores, transportadores e outros.
Todas as boas práticas relacionadas à armazenagem, distribuição e transporte também devem ser seguidas em relação à logística reversa, que é quando os medicamentos fazem o movimento contrário, sendo devolvidos pelos clientes ou recolhidos nos pontos de venda.
As distribuidoras apenas poderão fornecer medicamentos para empresas que tiverem a devida licença para tal. Os radiofármacos, usados na medicina nuclear para tratamento e diagnóstico, podem ser fornecidos apenas a instituições licenciadas pelas autoridades competentes.
As empresas que realizam o armazenamento, a distribuição e o transporte de medicamentos devem contar com uma equipe qualificada e compatível com as demandas.
Essa determinação é necessária para evitar que a sobrecarga de atividades sobre apenas um colaborador comprometa a qualidade do serviço e, consequentemente, ofereça riscos.
Devem ser oferecidos treinamentos no ato da contratação e também periodicamente. Ainda em relação ao pessoal, a empresa deve estabelecer regras relacionadas à higiene, saúde, segurança e vestuário, sempre respeitando a função de cada um.
As empresas que transportam medicamentos devem monitorar as cargas em relação ao acondicionamento, temperatura, umidade e armazenagem. Inclusive, devem oferecer às companhias que contratarem seus serviços dados relacionados às condições das mercadorias durante o transporte.
O serviço de entrega de medicamentos deve ser realizado apenas para destinatários autorizados a realizarem atividades relacionadas com esse tipo de mercadoria.
Os veículos e equipamentos utilizados para transportar os medicamentos não devem submetê-los a qualquer condição que possa afetar a integridade das embalagens e nem causar qualquer tipo de contaminação.
Os veículos utilizados para o transporte de medicamentos devem passar por higienização e manutenção periódicas. Essa é uma medida bastante importante tanto para prevenir contaminações quanto para evitar que defeitos no veículo comprometam a integridade das mercadorias.
Em casos de devolução de medicamentos, seja por estarem com a embalagem danificada, terem suspeita de falsificação ou qualquer outra irregularidade, todos devem ser devidamente identificados e segregados do restante da carga.
Esse cuidado é necessário para evitar que produtos irregulares sejam misturados aos demais e possam causar algum dano. Por isso, a identificação precisa ser bastante clara para que os itens sejam destinados corretamente.
Para transportar medicamentos e outros tipos de produto no mesmo veículo, antes é necessário realizar uma análise dos riscos envolvidos. Apenas se forem considerados nulos é que o transporte poderá ser realizado dessa forma.
Os medicamentos termolábeis são aqueles que precisam ser mantidos sob refrigeração, tanto quando armazenados quanto durante o transporte. Para eles, a ANVISA determina um conjunto de medidas específicas.
Recomendamos a leitura de outra publicação do blog Comprovei em que falamos em detalhes sobre o transporte de medicamentos termolábeis e as definições da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
As empresas que descumprirem as normas da ANVISA sobre transporte de medicamentos e outras etapas do processo logístico, estarão cometendo uma infração sanitária, de acordo com a Lei nº 6.437.
As penalidades incluem: advertência, multa, apreensão, inutilização e interdição da mercadoria, além de suspensão da venda e fabricação, cancelamento do registro e até a interdição do estabelecimento, que pode ser parcial ou total.
Para evitar sofrer essas sanções e, claro, realizar um serviço responsável, é imprescindível seguir todas as determinações definidas pelos órgãos competentes. Transportar medicamentos é coisa séria!
Conhecer profundamente as normas da ANVISA é essencial para gerenciar a operação logística de medicamentos com responsabilidade e eficiência.
Aproveite para navegar pelo blog Comprovei e conferir mais conteúdos relacionados ao transporte de produtos farmacêuticos e o universo da logística!